Como a sociedade consome energia está causando mudanças climáticas no planeta. Por isso, cientistas e empresas buscam alternativas para reduzir o uso de combustíveis fósseis. Uma possibilidade é a fusão nuclear, que poderia fornecer energia limpa, mas isso é um plano que continua distante de se concretizar. A própria Terra é capaz de produzir eletricidade por meio da energia geotérmica; mas será que essa energia poderia suprir as necessidades energéticas da sociedade?
A energia geotérmica é gerada por processos que ocorrem no interior da Terra, onde altas temperaturas são produzidas nas profundezas do planeta. Isso acontece principalmente em regiões com vulcões, onde o subsolo é aquecido intensamente até que as rochas se transformem em lava. Ou seja, é por meio desse sistema natural que a energia elétrica pode ser gerada abaixo dos nossos pés.
De fato, é possível aproveitar a energia geotérmica para gerar eletricidade e alimentar ferramentas e maquinários, mas isso não é tão simples quanto parece. O recurso natural está amplamente disponível em todo o planeta, mas esse não é o problema.
“A energia geotérmica é um recurso natural de energia térmica de dentro da Terra que pode ser capturado e aproveitado para cozinhar, tomar banho, aquecer ambientes, gerar energia elétrica e outros usos. A quantidade total de energia geotérmica incidente na Terra é muito superior às atuais necessidades energéticas do mundo, mas pode ser difícil aproveitá-la para a produção de eletricidade”, a enciclopédia Britannica descreve.
O que é energia geotérmica?
A energia geotérmica é um recurso constantemente produzido abaixo da superfície da Terra, onde as altas temperaturas são mantidas pelos processos de decomposição radioativa de potássio, tório e urânio na crosta e no manto do planeta, além do atrito gerado pelo movimento das placas tectônicas. Essa energia é expelida do interior da Terra por meio de vulcões, gêiseres, fontes termais, entre outros fenômenos naturais.
Segundo a enciclopédia Britannica, a Terra produz, em média, de 50 a 70 miliwatts de energia por metro quadrado anualmente. Apenas nos 10 km abaixo da superfície da América do Norte, são gerados cerca de seis mil vezes mais energia do que todas as reservas mundiais de petróleo. Ou seja, essa quantidade seria suficiente para abastecer o planeta inteiro.
Por isso, a energia geotérmica tem sido foco de estudo para pesquisadores que buscam novas fontes de energia renovável. Ao contrário da solar e da eólica, a energia geotérmica pode ser acessada 24 horas por dia, o ano todo. Enquanto a energia solar depende da luz do dia, a eólica, da intensidade dos ventos em cada região.
“Algumas usinas geotérmicas de 'vapor seco' simplesmente coletam o vapor ascendente do solo e o canalizam diretamente para uma turbina. Outras usinas, construídas em torno dos projetos de vapor instantâneo e ciclo binário, usam uma mistura de vapor e água aquecida ('vapor úmido') extraída do solo para iniciar o processo de geração elétrica”, a enciclopédia Britannica acrescenta.
Como funciona energia geotérmica?
Atualmente, diversos lugares já utilizam fontes geotérmicas para abastecer parte do consumo energético. Na Islândia, aproximadamente 25% da energia proveniente de fontes renováveis vem da geotermia. Porém, há uma razão clara para essa energia não ser amplamente utilizada para gerar eletricidade em diversas cidades ao redor do mundo. A construção de usinas geotérmicas é extremamente cara.
Para construir uma usina desse tipo, é necessário que ela esteja próxima de vulcões ou outras áreas com temperaturas extremas, o que não é realidade em todo o mundo. Por exemplo, no Brasil não existem vulcões ativos.
Segundo o site The Conversation, além de ser cara e não estar amplamente disponível, a perfuração do solo para a construção das usinas pode provocar pequenos terremotos. Ou seja, há vários desafios que dificultam o uso dessa energia, mas ela certamente será um dos focos dos cientistas nos próximos anos.
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